Isto anda mal, muito mal
Não percebo.
A vida é dura, eu sei. Mas, juro que não percebo. A sério.
A esperança que fazia com que eu podesse ter um pouco mais de paz no meu dia a dia, foi-se. E por algo que, por mais que eu martirize a minha cabeça, não consigo perceber.
Eu preferia que me dissessem: 'agora não dá'; 'não há dinheiro'; 'escolhemos outra pessoa com mais capacidades / qualificações / que é amiga do cunhado da irmã do responsável pela limpeza das sanitas'. Mas não.
A resposta foi "arranjas-te um conflito / atrito pessoal"... O quê? Quando, como e onde?
Quero esclarecer as coisas! Mas, não. Não vale a pena criar um problema a partir de um que não existe (e isso eu juro a pés juntos).
A minha mãe tem razão: 'Quem nasce pobre, morre pobre'. Eu gostava de inverter esta sua célebre expressão. Provar-lhe o contrário! Mas não consigo.
Não vivo nem como do ar. Por isso, vou ter de continuar a lutar. Posso ser pobre o resto da vida, mas vou ser uma pobre que, como diz a Naná da Nigéria, luta!! E que não sobrevive à custa do Estado.
Deixo-vos aqui um exemplo (real) de uma pessoa que eu, jamais, quererei seguir o exemplo:
Natércia (nome fictício) - Sr.º presidente de Câmara, preciso de uma casa. Não trabalho. O meu marido é doente.
Sr.º presidente de Câmara - Muito bem. Já se dirigiu ao departamento de habitação social da câmara?
Natércia - Sim, senhor presidente.
Sr.º presidente de Câmara - Sr. vereador da habitação, o caso desta senhora está a ser estudado?
Sr.º vereador da habitação - Sim, senhor presidente. Vou passar-lhe a explicar-lhe qual é a situação desta senhora.
[Preparem-se. Quando ouvi, chorei a rir.]
A câmara arranjou um T1 para esta senhora viver com o marido. Mas ela recusou alegando que o marido está muito doente e precisa de um quarto só para ele. Muito bem. Tenta-mos arranjar um T2, para o qual foi preciso pedir autorização ao INH [esta câmara é mesmo solidária]. Conseguimos. Mas a senhora, quando vou lá ver a casa, recusou alegando que a porta da cozinha abria no sentido contrário [a senhora Natércia começa aos berros a dizer que é mentira. O presidente da câmara ameaça expulsá-la da sala de reuniões]. Senhor presidente, tenho aqui documentos que provam isto mesmo. Continuando. Mais tarde, veio requerer à câmara um T3 porque, alega, tem uma neta a seu cargo. O curioso é que a senhora Natércia tão depressa diz que tem uma neta, como tão depressa diz que já não tem. Mais: quer um lugar para o marido ter a sua oficina [o tal que está muito doente e, por isso, precisa de um quarto só para ele] e garagem para ter carro. Neste momento, a senhora Natércia está num T2 e não paga qualquer renda, um centimo sequer, nem sequer a chamada renda simbólica para os casos de pessoas com dificuldades.
Enfim, a história durou mais de uma hora. Queria apenas acrescentar que, mais tarde, a senhora Natércia admitiu que recusou a tal casa porque a porta abria no sentido contrário. Mas, segundo ela, a casa tinha mais problemas: a cozinha era muito pequena...
Isto para dizer, repito, que posso ser pobre o resto da vida, mas vou ser uma pobre que luta!!
beijos e um grande bem haja a todos!
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